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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Post #03 - Lamechices

"Ela pergunta-me porque é que os homens nunca falam de Amor, mas não é sobre os homens que ela quer saber seja o que for. É sobre mim. Quer saber porque é que eu nunca lhe digo que gosto dela, que a Amo ou pelo menos que eu defina verbalmente a importância dela para mim. Não sou capaz de o fazer e, pior do que isso, nem sequer sou capaz de lhe dizer que sou incapaz de o fazer. Sou homem, é isso, e portanto espero que ela adivinhe tudo o que eu sinto por ela. Não sei como, mas tenho esperança que o consiga fazer. Afinal de contas é mulher.
Ser homem é difícil porque um homem tem que parecer o mais forte a vida toda, e todos sabem que parecer uma coisa é bem mais difícil do que sê-lo. Ainda noutro dia fomos passear na praia que o Inverno limpou de gente. Ela descalçou-se e abraçou-me. Eu descalcei-me e deixei-me abraçar. Caminhámos durante largos minutos com os pés enterrados no seu silêncio, e eu sabia que ela estava à espera que eu lhe dissesse qualquer coisa. Um "Amo-te tanto!", por exemplo. Mas eu não consegui. Nunca consigo. Cheguei a elaborar uma frase qualquer com as palavras "gosto" e "sorte", mas os meus dentes bloquearam-na quando ela estava prestes a sair da boca. Demos meia volta e regressámos mais distantes, com as mãos enfiadas nos bolsos, eu com a sensação que estava a esconder o que sentia num deles.
Foi a semana passada que me contou a história dum filme qualquer que viu na televisão, numa noite dessas em que eu fico horas seguidas sentado em frente ao computador sem concluir nada do que começo a fazer. Era sobre um homem incapaz de falar de Amor e que acabava um alcoólico solitário por causa disso. Eu percebi onde ela queria chegar mas respondi-lhe que o argumento me parecia "mais uma lamechice qualquer". Vi-a sorrir com a minha resposta mas com um sorriso triste, como se engolisse duma só vez a réstia duma esperança qualquer. E eu, que pareci mais uma vez o mais forte, na realidade senti-me mais fraco.
Agora estamos aqui num café dos subúrbios da cidade, onde algumas dezenas de pessoas preenchem boletins do totoloto como se isso lhes pudesse salvar a vida, e ela pergunta-me porque é que os homens nunca falam de Amor. Eu sei que responder pode salvar a minha vida, mas as ideias enrolam-se no meu cérebro como um áspero novelo de lã. Os olhos dela pousaram no meus como o pé dum vencedor que pisa o corpo imóvel do morto, e o meus parecem insectos à procura dum local para descansar. "Eu Amo-te", digo-lhe baixinho. Depois concluo que não faço a mínima ideia porque é que os homens não falam de Amor. Ela levanta-se e dá-me um beijo na testa antes de sair a correr para o trabalho. Pareço mais fraco mas sinto-me mais forte."

Post #02 - Sentido da Vida

Qual o sentido da vida?
Que caminho seguir?
Estarei onde quero?
Depende dos teus objectivos.

Felizmente, não queremos todos a mesma coisa, mas queremos todos o melhor para nós. Por mais boas pessoas ou generosos que sejamos, todos queremos o melhor para nós.

Mas, devemos ficar contentes com menos do que queremos? Há quem no amor como no trabalho, basicamente na vida, escolha seguir o caminho mais fácil. Há quem não termine uma relação porque é melhor estar com alguém do que sozinho; Há quem não arrisque trabalhar no que gosta porque melhor ter um emprego do que não ter; Teremos outra vida para ter o que queremos?

Talvez antes o risco de conseguir ter o que queremos, do que a certeza de que nunca vamos ter.



quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Post #01 - "I love you"

Nos filmes e séries, que retratam (em parte) a vida ou a forma de pensar principalmente de países como EUA ou Inglaterra, é usual ou mesmo frequente as pessoas se despedirem com um "I love you".

A tradução é vasta, tanto pode significar um "amo-te" como um "gosto muito de ti". Mas não o dizem apenas ao seu cônjuge.. dizem à família, dizem aos amigos, dizem a todos que gostam.

Serão eles mais sentimentais ou usam a expressão de forma banal? Percebem eles a importância que têm as pessoas que gostamos ou apenas o dizem como um "adeus"? Serão eles mais verdadeiros ou mais cínicos?